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MULHER: O FETICHE DA MERCADORIA 
     

Em 1867, Marx abordou em O Capital, o termo fetiche, se referindo às mercadorias. Ele diz que a mercadoria possui um mistério, mistério esse que é o ocultamento das características sociais do trabalho. A mercadoria oculta a relação social entre os trabalhos individuais dos produtores e o trabalho total. Por conta desse ocultamento da relação social, o seu valor de troca não está mais relacionado com a quantidade de trabalho materializado no produto, adquirindo assim um valor irreal.

 

Essa relação é bastante cotidiana a nós, visto a inversão das relações humanas do século XXI. A quantidade de plásticas feitas em adolescentes, as publicidades construídas sobre um tipo especifico de padrão estético, os assassinatos de mulheres, o silenciamento e o apagamento feminino. 

 

Durante um ano de pesquisa sobre a objetificação feminina e seus desdobramentos na sociedade contemporânea, me percebi embalada. 

 

Nosso corpo é muito mais politico do que pensamos quando somos orientados a não pensar. 

 

Percebi, vendo números chocantes e me deparando com um passado sombrio de apagamento, que o maior fetiche do mundo somos nós, mulheres. 

 

Acontece que, na maior parte do tempo, o corpo feminino (seja em partes ou num todo) é fetichizado, como mercadoria. Somos colocadas no sistema de tal forma, que nos tornamos agentes e reféns dele.  

 

Mulheres consumidoras do fetiche feminino. Mulheres consumidoras de mulheres. Homens consumidores do fetiche feminino. Homens consumidores de mulheres. Mulheres objetos. Mulheres mercadoria. “Mulher: o fetiche da mercadoria”. 



Performance, 5 mil peças de cerâmica e instalação.
 

2019

dezembro . PALACIO DAS ARTES

novembro . ESPAÇO CORDA

outubro . GALERIA ESCOLA GUIGNARD

 

Fotografia: Analu Gaspar, Victor Gomes 

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